II Paisagem Sonora - Mostra Internacional de Live Cinema do Recôncavo da Bahia


A proposta da mostra é realizar conferências, intervenções públicas, exposições e performances audiovisuais, reunindo autores, pesquisadores e coletivos que utilizam o vídeo e a música eletrônica como estratégia para potencializar um discurso, compartilhando repertórios, incorporando métodos de esgarçamento das linguagens e, sobretudo, intervindo na paisagem das Cidades de Cachoeira e São Félix.

A 2a Edição do Paisagem Sonora – Mostra Internacional de Live Cinema acontece em um momento importante de reflexão, mapeamento, crítica, descoberta e incentivo de novas iniciativas no campo do audiovisual, através do estabelecimento de um diálogo entre a produção do Recôncavo da Bahia, nacional e internacional. A mostra presta uma homenagem ao pesquisador canadense Murray Schafer. Criador das expressões “ecologia acústica”, “esquizofonia”, “som fundamental” e “paisagem sonora”.

Nesse sentido, apresentamos um bom panorama de autores que utilizam o cinema, o vídeo e a música como estratégia discursiva. O compartilhamento de repertórios, incorporação de métodos de esgarçamento das linguagens e, sobretudo, o rompimento de limites de um certo ensimesmamento são a tônica das performances. Com efeito, tais ações, aproximam-se do conceito de “campo expandido” e “cinema expandido”, o primeiro formulado pela teórica Rosalind Krauss, para caracterizar a nova escultura, que incorpora materiais e procedimentos os mais diversos e o segundo formulado por Gene Youngblood, que trata de uma série de experiências que rompem com os espaços formais do cinema. Em Sinestesia Arte e Tecnologia, Sérgio Basbaum define “música visual” como um território da arte ao qual podemos associar obras com as quais se aspire a uma sinestesia artística nãohierárquica entre som e imagem em movimento.

Com a facilidade de acesso às tecnologias digitais de processamento de som e imagem em tempo-real, vivemos nas últimas décadas uma retomada deste tema que já foi explorado em outras épocas como nos experimentos de “color music” do século XIX ou no cinema experimental de Oscar Fischinger, por exemplo. Nessa perspectiva, a mostra se inscreve como um dos muitos falares que serão requisitados para compreender as demandas do presente baiano, suas desigualdades sepultadas e atenuadas pelos ritmos históricos que incluem/excluem num diálogo mais ou menos interativo, no tocante aos graves problemas sociais da nossa realidade. 

Certamente, que os impasses acumulados, requerem políticas polifônicas, experiências de intervenção/interpretação mais inclusivas que
exclusivas.


Ficha Técnica
PAISAGEM SONORA 2015

Realização: Coletivo Xaréu

Curadoria: Cláudio Manoel –  Danillo Barata
Coordenação de Produção: Manuela Muniz
Produção: Thamires Santos
Assistentes de Produção: Bruna Maria, Larissa Leão, Rwolf Kindle e Thamires Duarte
Receptivo: Ulisses Arthur e Cirlla Machado

Registro Audiovisual: Mateus Ribeiro e Thiago Logasa
Registro Fotográfico: Carina Rosa e Silvia Leme

Identidade Visual: J. Cunha
Design Gráfico e Web Design: Diogo Navarro
Assessoria de Comunicação: Nadja Vladi/Tatiana Lima
Monitores: Gabriela Palha, Juliana Brandão, Rômulo Vieira, Raissa Lima, Ramon Almeida, Tainara Freitas, Tamara Carla, Ton Aquino, Vinícius Rosa, Wendell Coelho e Wesley Pro.