O GUITARRISTA JORGE GALEANO NO "DOMINGO SE IMPROVISA"

O projeto “Domingo se Improvisa”, regido pelo grupo Quaternária, traz a musicalidade do guitarrista e artista plástico Jorge Galeano. Hoje (13), a partir das 18h30, no Antiquário Pub.

Jorge Abel Galeano nasceu em Concórdia, Argentina, no ano de 1953. Morou em Buenos Aires, onde estudou desenho. Viajou pesquisando, fazendo anotações e expondo pela América do Sul. Vivenciou culturas de seu país de origem, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Peru e Brasil. Chegou a Salvador em 1980, oito anos depois, fixou-se em Feira de Santana e hoje mora numa chácara a 10 km da cidade. Com essa experiência se deu a fusão de duas culturas a Andina e a Sertaneja. Estas ações justificam seu trabalho.

As percepções mágicas e rutilantes, seu ideário metafísico podem evocar Juan Rulfo em Pedro Páramo e Guimarães Rosa em "Grande Sertão: Veredas". É nessa atmosfera - de um outro lugar - que se situa sua pintura. Luzes e contrastes, entonações, sutilezas, vão dando identidade a personagens. O Sertão e os Andes se somam e se confundem num exercício de ternura, numa anexação amorosa. Cromatismo riquíssimo, superposição, contrastes, refrações, ajustes, combinações - a cor emocional - um universo mítico e envolvente. O sol do Sertão, o sol Andino, as reminiscências, caleidoscópio mágico, sucessões cambiantes, estórias sonhadas e as prometidas.

Galeano pinta seu entorno do ponto de vista plástico e ideativo. Na chácara um tempo derramando lentamente, ler, refletir, pintar na calmaria bucólica da terra. Os grandes e longínquos horizontes, os rios de águas buliçosas, o pingar das chuvas, o pôr-do-sol que não espera, a vitória das manhãs, os ventos de continuada passagem, os céus estelares e o Homem. O trabalho: inventar um novo rumo para as coisas, acontecimentos, transmutar os achados da memória, os guardados arquétipos. Pintura - sonho e ação. As lendas da infância e das cercanias do hoje, as casas de sapé, a caatinga exuberante parida da chuva. Os violeiros cantadores, a melancolia do tango, as festas populares, a solidão dos pampas, as coisas se fundindo num redemoinho constante e plural. Colcha de retalhos, o pulsante coração Latino-Americano: as questões do pintor.


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